Ex-premiê conservador é eleito presidente na Finlândia

Ex-premiê conservador é eleito presidente na Finlândia

O ex-primeiro-ministro conservador Alexander Stubb venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Finlândia neste domingo (11/02), derrotando o ex-ministro das Relações Exteriores Pekka Haavisto.

O político de centro-direita, um ex-banqueiro de investimentos e entusiasta da União Europeia (UE), assegurou um retorno triunfal à política após um hiato de sete anos em que viveu fora do país.

Com 99,7% dos votos apurados, Stubb somava 51,6% dos sufrágios, contra 48,3% de Haavisto. Cerca de 4,3 milhões de finlandeses estavam aptos a votar na primeira eleição após o país se tornar membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Haavisto, um parlamentar do Partido Verde que concorreu como independente, concedeu a derrota e parabenizou seu rival pela vitória.

Tensões com a Rússia

O retorno de Stubb à política foi, segundo ele próprio, motivado pela invasão russa da Ucrânia. "Posso assegurar que essa hipótese não era uma realidade antes do início da guerra", disse o conservador, ao anunciar sua candidatura em agosto do ano passado.

A fronteira entre Finlândia e Rússia é a mais longa da União Europeia, com 1.340 quilômetros de extensão, o que gera inúmeras tensões entre os dois países.   

Stubb, de 55 anos, trabalhou no exterior nos últimos anos, sendo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos e diretor do Instituto Universitário Europeu, em Florença, na Itália. Seus aliados o descrevem como um conservador multilíngue pró-Europa. Ele próprio se vê como um moderado.

Ele substituirá, a partir de 1º de março, o presidente Sauli Niinistö, que cumpriu dois mandatos à frente da Presidência. Na Finlândia, o presidente tem mandato de seis anos, sendo o responsável pela política externa e de segurança, além de ser o comandante supremo das Forças Armadas.

Adesão à Otan

Após décadas de uma política de neutralidade internacional, as tensões geradas pela invasão da Ucrânia pela Rússia levaram a Finlândia a iniciar o processo de adesão à Otan, se tornando o 31º Estado-membro da aliança militar em abril de 2023.

No final de novembro, a Finlândia fechou totalmente sua fronteira terrestre com a Rússia para evitar que refugiados enviados por Moscou continuassem chegando em massa ao país através do território russo. Helsinki alegou que o Kremlin promove o fluxo migratório através da fronteira numa tentativa de desestabilizar o país.

O governo finlandês acusou Moscou de enviar deliberadamente à fronteira cidadãos de países da África e do Oriente Médio, como Iraque, Síria, Iêmen, Turquia e Somália, permitindo a passagem de um grande número de pessoas sem os documentos necessários.

A decisão de fechar a fronteira foi apoiada por Stubb e Haavisto. Os dois políticos, que já estiveram à frente do Ministério do Exterior finlandês, compartilham visões semelhantes sobre as relações com a Rússia e pediram novas sanções a Moscou em razão de sua guerra de agressão na Ucrânia.