O ex-primeiro-ministro conservador Alexander Stubb venceu o segundo turno das eleições presidenciais da Finlândia neste domingo (11/02), derrotando o ex-ministro das Relações Exteriores Pekka Haavisto.
O político de centro-direita, um ex-banqueiro de investimentos e entusiasta da União Europeia (UE), assegurou um retorno triunfal à política após um hiato de sete anos, em que viveu fora do país.
Com 99,7% da apuração completa, Stubb somava 51,6% dos votos, contra 48,3% para Haavisto. Cerca de 4,3 milhões de finlandeses estavam aptos a votar na primeira eleição após o país se tornar membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Haavisto, um parlamentar do Partido Verde que concorreu como independente, concedeu a derrota e parabenizou seu rival.
Tensões com a Rússia
O retorno de Stubb à política foi, segundo ele próprio, motivado pela invasão russa da Ucrânia. "Posso assegurar que essa hipótese não era uma realidade antes do início da guerra", disse o conservador, ao anunciar sua candidatura em agosto de 2023.
A fronteira entre Finlândia e Rússia é a mais longa da União Europeia, com 1.340 quilômetros de extensão, o que gera inúmeras tensões entre os dois países.
O político de 55 anos, trabalhou no exterior nos últimos anos, sendo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos e diretor do Instituto Universitário Europeu, em Florença, Itália. Seus aliados o descrevem como um conservador multilíngue pró-Europa. Ele próprio se vê como moderado.
A partir de 1º de março, Stubb substituirá o presidente Sauli Niinistö, que cumpriu dois mandatos. Na Finlândia, o presidente tem mandato de seis anos, sendo responsável pela política externa e de segurança, além de comandante supremo das Forças Armadas.
Fechamento de fronteira com a Rússia e adesão à Otan
Após décadas de uma política de neutralidade internacional, as tensões geradas pela invasão da Ucrânia pela Rússia motivaram a Finlândia a iniciar o processo de adesão à Otan, tornando-se o 31º Estado-membro da aliança militar transatlântica em abril de 2023.
No fim de novembro, a Finlândia fechou totalmente sua fronteira terrestre com a Rússia para evitar que refugiados enviados por Moscou continuassem chegando em massa ao país. Helsinki alegou que o Kremlin promove o fluxo migratório através da fronteira numa tentativa de desestabilizar o país.
O governo finlandês acusa Moscou de enviar deliberadamente à fronteira cidadãos de países da África e do Oriente Médio, como Iraque, Síria, Iêmen, Turquia e Somália, permitindo a passagem de um grande número de refugiados sem os documentos necessários.
A decisão de fechar a fronteira foi apoiada por Stubb e Haavisto. Os dois políticos, que já estiveram à frente do Ministério do Exterior finlandês, compartilham visões semelhantes sobre as relações com a Rússia e pediram novas sanções a Moscou em razão de sua guerra de agressão na Ucrânia.